Levantamento da TeleCheque mostra crescimento de 78% no volume de cheques devolvidos
São Paulo – Mais um sinal de alerta para a economia brasileira. O consumidor de baixa renda está com dificuldades de pagar suas despesas com alimentação.
Nos meses de julho e agosto, houve um crescimento de 78% no número de cheques sem fundos que foram emitidos para pagar alimentos comprados em supermercados. A comparação foi feita com o mesmo período do ano passado.
O levantamento da TeleCheque, empresa especializada em análise de crédito em pagamentos com cheque, está sendo publicado em primeira mão por EXAME.com.
“Quando o consumidor tem dificuldade para honrar o cheque das compras mensais com alimentação, é sinal de que a economia pode estar em situação pior do que aparenta”, diz o presidente da TeleCheque, José Antônio Praxedes.
O executivo salienta que despesa com alimentação é item de primeira necessidade, que se repete todos os meses. “Se a pessoa deixou de cobrir o cheque do supermercado, assumindo o risco de perder o crédito – e, portanto, comprometendo a alimentação do próximo mês –, é porque sua situação financeira já está muito comprometida.”
á um ano, as despesas com alimentação representavam 10,1% do total de cheques devolvidos. Agora, são 18% do total, o que significa um crescimento de 78%.
Os principais motivos para essa piora são a alta de preços dos alimentos e o elevado comprometimento do orçamento familiar com financiamentos e empréstimos estimulados pelo crédito farto e barato. Do total de cheques não honrados, 35% têm valor entre 50 e 200 reais, faixa típica das despesas com alimentação.
Segundo a TeleCheque, outros itens pagos com cheques sem fundos foram vestuário (16%), acessórios automotivos (13%) e calçados (9%).
A pesquisa mostra que o principal motivo da inadimplência é o descontrole financeiro. Essa alegação foi dada por 39% das pessoas, o que representa um aumento de 14,3% na comparação com o mesmo período de 2010, quando o descontrole representava 34,2% das respostas.
Outro fator que explica o crescimento dos calotes é o empréstimo do nome a terceiros, com 14% das respostas. “A volta do hábito de financiar compras para terceiros demonstra que estamos tendo um aumento nas pessoas que vêm perdendo seu acesso ao mercado de crédito”, avalia Praxedes.
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