O ato de fazer
compras por impulso é um 'mal' que acomete 85% dos brasileiros, segundo
pesquisa divulgada nesta quarta-feita (27) pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito).
De acordo com o
estudo que ouviu 646 consumidores, ansiedade e insatisfação com a
própria aparência são os principais motivos que levam os brasileiros a
fazerem compras sem planejamento.
De quatro em cada dez entrevistados (43%) admitem fazer compras por impulso em momentos de ansiedade, tristeza ou angústia.
Em nota, o SPC
avalia que esse tipo de consumo descontrolado serve como uma espécie de
recompensa emocional para esse consumidores.
Entre os que
fazem compras movidas por impulsos emocionais, a ansiedade por um evento
que se aproxima (festas, jantares e viagens, por exemplo) é o motivo
mais decisivo entre consumidores de classes A e B.
Por outro lado, a
baixa autoestima (insatisfação com a própria aparência) é a razão mais
citada entre consumidores das classes C e D.
"Na busca pelo
prazer imediato ou para exibir um estilo de vida que não condiz com a
própria renda, o comprador se alivia momentaneamente, sem se importar
com o futuro do próprio bolso", diz a economista do SPC Brasil Ana Paula Bastos, em nota.
PARCELAS
Cerca de 85% dos
entrevistados disse pedir descontos quando faz compras à vista. No
entanto, 37% dos consumidores ouvidos disse que só observa se o valor
mensal da parcela cabe no próprio bolso e não leva em consideração a
taxa de juros embutida no financiamento.
"Esse
comportamento é ainda mais marcante nas classes C e D (42% contra 30%
nas A e B), porque são consumidores que estão aprendendo a lidar com o
crédito e que têm costume de fazer compras --principalmente as de maior
valor-- parceladas", explica Bastos.
POUPANÇA
No total, quatro em cada dez entrevistados (42%) gastam tudo o que ganham e não conseguem poupar.
Considerando somente consumidores das classes C e D, o percentual é ainda maior, chegando a 53% ante 28% nas classes A e B.
"Isso se deve à
menor renda disponível nas classes C e D, impossibilitando estas pessoas
de guardarem um pouco de seus salários, depois de pagar as contas
primárias como aluguel, água, luz e telefone", explica a economista.
Em uma situação
hipotética de perda total das fontes de rendimentos, 30% dos
consumidores admitiram que não conseguiriam manter o atual padrão de
vida nem por um mês.
Já 35% respondeu que conseguiria mantê-lo de um a três meses.
Cerca de 17% deles conseguiriam por quatro a seis meses e 10% entre sete e doze meses.
Apenas 7% da população conseguiria manter-se firme nessa situação por mais de um ano.
INVESTIMENTO
O levantamento também revelou que 74% dos brasileiros não possui qualquer tipo de investimento, como poupança.
O baixo
percentual de investidores entre os consumidores é reflexo da falta de
conhecimento do brasileiro sobre como e onde aplicar o próprio dinheiro.
"Apesar de a
pesquisa apontar que 72% dos entrevistados se consideram aptos a fazer a
administração das finanças de casa, o que se percebe é que o brasileiro
não tem noções básicas de orçamento doméstico e não sabe lidar com o
próprio dinheiro", afirma Bastos.Fonte: Folha de S. Paulo
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