Inflação oficial tem maior alta para janeiro em 8 anos

IPCA teve alta de 0,83% em janeiro; em 2003 variação havia sido de 2,25% no primeiro mês do ano, segundo o IBGE

A inflação oficial do País medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou para 0,83% em janeiro, ante 0,63% em dezembro. Essa é a maior variação para o primeiro mês do ano desde 2003. Naquele ano, o IPCA registrou uma variação de 2,25% em janeiro. Esse resultado também é o maior para o IPCA em um único mês desde abril de 2005 quando a taxa foi de 0,87%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
 
Nos últimos 12 meses, o índice está acumulado em 5,99%, acima dos 12 meses imediatamente anteriores quando o indicador registrou uma variação acumulada de  5,91%. Em janeiro de 2010, o IPCA havia ficado em 0,75%.
Os segmentos de alimentação e bebidas e de transportes foram os principais responsáveis pelo resultado do IPCA em janeiro.
Segundo o IBGE, os alimentos, embora com alta de 1,16%, tiveram variação menor que a registrada em dezembro de 2010 quando hoouve alta de 1,32%. A região metropolitana do Rio de Janeiro apresentou o maior resultado para esse grupo com alta de 1,86% em decorrência das chuvas que afetaram as lavouras de polos produtores de alimentos da região serrana. A menor taxa para os alimentos foi registrada em Porto Alegre com variação de 0,47%.

Evolução do IPCA

Desempenho do indicador nos meses de janeiro
Fonte:IBGE
 
Alimentos
Alguns alimentos tiveram taxas de crescimento menos intensas na passagem de dezembro para janeiro, com destaque para refeição em restaurante (de 1,98% para 0,97%), frango inteiro (de 4,81% para 0,93%), carne seca (de 5,82% para 2,49%), açúcar cristal (de 2,06% para 1,59%) e leite pasteurizado (de 1,61% para 0,75%). Outros itens, porém, tiveram aumentos expressivos, como tomate (de 8,86% para 27,11%), cenoura (de 14,93% para 22,32%), frutas (de -0,88% para 4,40%) e hortaliças (4,19% para 15,57%).
As carnes, que vinham liderando as maiores contribuições nos meses anteriores, apresentaram, em janeiro, queda de 0,19%, frente a uma alta de 2,25% em dezembro de 2010. Também se destacaram com resultados em queda os feijões, (de -11,10% para -10,49%), o arroz (de 0,21% para -0,76%) e o alho (de -0,69% para -4,86%).
Com aumento de 4,13%, as tarifas dos ônibus urbanos foram responsáveis pelo maior impacto individual do mês de janeiro, 0,16 ponto percentual. O resultado refletiu aumentos nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte e São Paulo.
O grupo habitação também apresentou aceleração de dezembro para janeiro (de 0,49% para 0,61%), em virtude da variação dos aluguéis (de 0,73% para 1,23%) e condomínio (1,04% para 1,27%). Entre as despesas pessoais (de 0,57% para 0,83%), o destaque ficou com o item empregado doméstico (de 0,72% para 0,91%); enquanto os eletrodomésticos (de -0,44% para 1,03%) foram responsáveis pela alta dos artigos de residência (de 0,10% para 0,25%).
Entre as regiões pesquisadas, Belo Horizonte apresentou a maior taxa (1,15%), em razão dos resultados dos ônibus urbanos (6,52%) e intermunicipais (6,72%). A menor ficou com a região metropolitana de Porto Alegre (0,47%), onde os alimentos variaram 0,47%, e os transportes não apresentaram variação.
O cálculo da inflação pelo IPCA refere-se às famílias com rendimento mensal de 1 a 40 salários mínimos e abrange nove regiões metropolitanas do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém, Goiânia e Distrito Federal).
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apresentou variação de 0,94% em janeiro, 0,34 ponto percentual acima do resultado de dezembro de 2010 (0,60%). Considerando os últimos 12 meses, o índice está em 6,53%, também acima dos 12 meses imediatamente anteriores (6,47%). Em janeiro de 2010, o INPC havia ficado em 0,88%.
A variação dos produtos alimentícios foi de 1,02% em janeiro, enquanto os não alimentícios aumentaram 0,90%. Em dezembro de 2010, os resultados haviam ficado em, respectivamente, 1,12% e 0,37%.
Entre as regiões pesquisadas, o maior resultado foi registrado em Belo Horizonte (1,31%), em virtude do aumento dos ônibus urbanos (6,52%) e intermunicipais (6,72%). O menor índice ficou com Porto Alegre (0,33%), onde os alimentos (0,19%) e os transportes (0,06%) apresentaram as menores variações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário