SÃO PAULO - A participação dos importados no consumo brasileiro aumentou 0,5 ponto percentual, atingindo 23,4% no terceiro trimestre deste ano, revelando uma certa dificuldade da indústria em escoar a produção no mercado local, segundo dados da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
De acordo com o CEI (Coeficiente de Exportação e Importação) divulgado nesta quinta-feira (10), na comparação com o mesmo período do ano passado, por exemplo, o nível de participação dos importados também aumentou, cerca de 0,7 p.p. “Em 2010 a participação de produtos era de 22,7%”, informa a Fiesp.
Retração interna
E, apesar de cerca de 25% de tudo o que é consumido no Brasil ser importado, a forma como esse aumento vem ocorrendo é o que mais preocupa o setor, já que tal aumento se dá em substituição à produção doméstica.
“A maioria dos importados possui similares nacionais. Poderíamos produzir o que está sendo importado e isso está matando a indústria e o emprego no País”, diz o diretor do Derex (Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior), Roberto Giannetti da Fonseca.
Outro ponto observado e que também preocupa o setor se refere à retração do mercado interno. Afinal, embora cresça em um ritmo menor, dado o arrefecimento da economia, o CI (Coeficiente de Importação) ainda se expande em um ritmo superior à produção industrial interna.
“O consumo aparente na indústria geral neste trimestre apresentou retração de 0,3% em relação ao mesmo período de 2010. Já na indústria de transformação, entretanto, o consumo registrou uma alta de 0,6% em comparação ao terceiro trimestre do ano anterior”, informou a Fiesp.
Para Giannetti, tal alta é importante, entretanto, a queda da produção interna em 0,5% no período apenas demonstra que os pequenos aumentos recentes do consumo são captaurados pelos produtos importados e não pelos nacionais.
Por setor
Dos 33 setores analisados pela Fiesp, 29 apresentaram alta na participação dos importados no consumo aparente, com destaque para os setores de tratores e máquinas e equipamentos para agricultura (9 p.p), metalurgia de metais não-ferrosos (4,6 p.p), produtos diversos (3,9 p.p) e artigos do vestuário (3,7 p.p).
Já os segmentos que apresentaram maior queda no coeficiente de importação foram o de siderurgia, com 3,6 p.p., e o de equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, com 2,1 p.p.
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